Portugal 100% renovável? Muito fácil!

Todos queremos que se invista em energia renováveis. Reduzimos a poluição do ar, as alterações climáticas e os custos em energia a longo prazo (caso baixa manutenção).
Há uma medida simples e relativamente rápida de implementar que colocaria as pessoas a comprar painéis fotovoltaicos de forma a cobrir toda a necessidade nacional à hora de sol.

Basta pagar aos clientes quando os seus painéis fotovoltaicos produzem mais do que a casa consome (ou seja, quando injetam na rede).
Neste momento é muito caro vender a uma empresas fornecedora de electricidade (EDP) e só é lucrativo para grandes instalações. Também o preço pago é bastante inferior ao que é comprado.
Os contadores de electricidade já estão preparados para medir nos 2 sentidos, pelo que é possível exigir às fornecedoras para passar sempre a comprar aos particulares. 
Devemos ainda exigir que seja ao preço a que vendem (de 1 para 1); sendo uma justificação, de interesse sistémico, que a instalação fotovoltaica está a gerar energia localmente, evitando perdas de transporte, que é uma situação preferível à produção centralizada.
(Esta situação de 1 para 1 ocorre já, embora oficiosamente, a quem tem contadores antigos, de disco analógico, que gira ao contrário quando a casa está injectar na rede)

Isto sim teria um impacto brutal, pois toda a gente iria colocar painéis solares (já que a poupança seria enorme com retorno de investimento em poucos anos).
Para terem uma noção do que afirmo acima, no meu caso, com as fracas condições actuais (injecto o excesso na rede sem receber nada em troca), já tenho um retorno de investimento em 8 anos com 150€ de ganho/ano após isso, tendo pago IVA de 23% e não havendo qualquer subsídio. Caso me fosse devolvido o que injecto na rede (1:1) teria o retorno em 6 anos com 200€ de ganho/ano após isso; Mas nesta situação compensaria colocar mais do que 2 painéis (pois na verdade compensaria colocar o máximo de painéis possível até à minha conta da electricidade se reduzir aos mais próximo de zero).
(Para quem passa mais tempo em casa durante semana, o rendimento é já maior.)
(Nota: A manutenção destes sistemas é expectável ser inexistente durante 20 a 30 anos.)

Já foi dado o passo de permitir instalações solares até 30kW em casas particulares. Esta quantidade de energia colhida é suficiente para todo o gasto de uma casa mais todo o gasto de 1 ou 2 veículos eléctricos!

Assim, por mim, deveria ser obrigatório por lei (até europeia) receber ao preço a que se paga; o que evitaria ainda a necessidade de baterias em cada casa (mais eficiente, menos poluente, partilhando com quem precisa na exacta hora de produção).
Ou seja, tipicamente colocamos baterias para não injectar na rede e aproveitar para auto consumo numa hora posterior. Mas mais eficiente é partilhar logo a energia (Não há perdas relativas ao processo de conversão e armazenamento químico) e reduz-se à necessidade de produzir mais baterias (actividade poluente desde a concepção até ao descarte/reciclagem)

Não tenho grandes dúvidas que ficaríamos rapidamente (em menos de 1 ano!) com a produção entre as 10:00 e as 16:00 proveninente fortemente do sol, distribuída por várias casas particulares do país.

Fica a questão de onde armazenar o excedente de produção solar. Neste momento temos rebombeamento de água nas barragens, vamos ter produção de hidrogénio e poderemos ter baterias ou armazenagem gravítica.

Chegando nós a este ponto, o custo a esta hora de sol começaria a ser muito baixo, pois tornar-se ia caro para a empresa fornecedora pagar aos clientes. Caso haja necessidade, um limite a impôr para estas instalações residenciais poderia ser não pagar mais do que vende, ou seja a pessoa não pode ganhar dinheiro, apenas reduzir ao seu gasto. (ou seja, limitar a auto-consumo).
Há ainda a questão de como gerir a rede, com uma produção tão distribuída: p.e. como colocar uma central (p.e. a gás) a produzir quando o sol decide não incidir ao meio dia, quando será tipicamente esperado não ter que estar activa. Mas com vontade estas questões são resolvidas, pois já gerimos quando o vento decide parar e já temos algumas instalações fotovoltaicas penduradas na rede, pelo que a experiência é já elevada. Temos ainda os contadores electrónicos com comunicação à rede e uma excelente previsão meteorológica.

Claro que do ponto de vista de negócio, é uma revolução grande, até porque no início o preço vai variar rapidamente (algo estranho para muita gente, se bem que não haverá muita a gente a queixar-se porque vai pagar menos), e as fornecedoras terão um modelo de negócio diferente onde provavelmente terão de ganhar mais pela intermediação (peer-to-peer) do que pela venda da geração central.
Do ponto de vista estratégico, espero fazer sentido para toda a gente que devemos caminhar neste sentido.
Na Califórnia todas as novas casas construídas a partir de 2020 serão obrigadas a ter paineis solares.

Relembro ainda que toda a produção eléctrica é benvinda com a chegada dos veículos eléctricos!

Em resumo, na minha opinião, as fornecedoras/comercializadoras de energia deveriam passar a ser intermediárias de energia.


Qual a vossa opinião?


Resumo das medidas propostas:
  • obrigar os comercializadores de energia a descontar ao preço 1:1 na conta da electricidade o que os painéis solares de cada casa injetam na rede (quando produzem mais do que a casa está a consumir).
  • reduzir o actual IVA de 23% para o material (painéis, inversores, suportes e baterias) e serviço de instalação.

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